Há muitos anos, quando fizemos de nossa varanda um tipo de sala de visitas, não sabíamos que estaríamos abraçando as pessoas sem mesmo tocá-las.
As pequenas almofadas coloridas, algumas plantas que não gostaram do calor do jardim e velhos objetos de família iam contando nossa história e dando as boas-vindas. Nesse meio tempo, uma viagem ao interior nos fez lembrar que as cadeiras na calçada ou no alpendre eram, na verdade, um convite a quem passava do outro lado da rua. Assim que chegamos em casa, ampliamos com cadeiras e uma nova rede nossa capacidade de receber.
De lá para cá, quantas não foram as festas de família, reuniões de igreja e festas juvenis que nossa varanda abrigou! Embora não seja um espaço muito grande, desses que circundam casas, ela aconchega a todos e é marcada por lembranças de quem também já partiu. Hoje temos orgulho da coleção de fotos nos abraçando e a outros, quando enviamos o print dessas imagens para quem mudou de estado, de emprego ou de perto de nós.
Eu sempre digo que seu chá quentinho, os biscoitos que guarda na lata, o cobertor velho destinado ao cachorro e uma meia dúzia de limões do pé são formas de abraçar quem está triste, empolgado, saudoso, entusiasmado ou (simplesmente) quem bateu à porta.