Há muitos anos, quando fizemos de nossa varanda um tipo de sala de visitas, não sabíamos que estaríamos abraçando as pessoas sem mesmo tocá-las.
As pequenas almofadas coloridas, algumas plantas que não gostaram do calor do jardim e velhos objetos de família iam contando nossa história e dando as boas-vindas. Nesse meio tempo, uma viagem ao interior nos fez lembrar que as cadeiras na calçada ou no alpendre eram, na verdade, um convite a quem passava do outro lado da rua. Assim que chegamos em casa, ampliamos com cadeiras...
Começamos nosso canteiro de ervas por duas floreiras na janela.
Deu certo: alecrim, hortelã e manjericão não só perfumaram nossas mãos como atraíram um casal de passarinhos que já fez ninho por ali.
Para conseguir um lindo canteiro, misturamos tudo e fomos percebendo quem não gostava do quê. A hortelã ficou apaixonada pela meia sombra da erva cidreira e o orégano amou se escorar e escorregar pela paredinha da floreira. Agora, vejam só que beleza...
Minha amiga achou um cantinho, perto da janela, minúsculo mesmo. Ali colocou uma mesinha e uma banqueta.
Foi lá no armário e buscou o pano bordado que a tia deu a ela de presente. Uma bandeja velha passou a reunir a caixa de chá, duas canecas e outras coisas.
Mas... sabe o que ela disse ser o mais gostoso? Sentar ali sozinha ou com alguém para uma pausa.
O perfume refrescante da menta ganhando o ar, e o gergelim dos biscoitos sobre o pires são tudo o que é preciso para o dia ser transformado em antes e depois.